plural

PLURAL: os textos de Suelen Aires Gonçalves e Silvana Maldaner

  • Fecha tudo, governador Eduardo Leite
    Suelen Aires Gonçalves
    Socióloga e professora universitária

    style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">

    Nossa coluna da semana traz uma demanda urgente para a conjuntura. Necessitamos de coragem para enfrentar a realidade da pandemia em nossas cidades e no nosso Estado, e necessitamos, de uma postura propositiva do governador do Estado do Rio Grande do Sul e do governo federal. Quantas vidas serão ceifadas para que esta crise do Covid-19 tenha o tratamento correto pelos governantes? Governador Eduardo Leite, diga não a cogestão da crise no Estado, Já.

    Essa última semana, chegamos a índices de mortes assustadores. No dia 16, chegamos à cifra de 2.842 mortes em 24 horas em nosso país. Realidade não distante do Rio Grande do Sul, com 502 mortes. Dois Estados registraram o maior número de óbitos em 24 horas. Em São Paulo, foram 679. Estamos neste triste ranking, somos um dos Estados com maior índice de mortes nestas últimas horas. O total de mortes no Brasil chega em 282.127 óbitos pela Covid-19 desde o início da pandemia, há exatamente um ano. Estamos falando em uma cifra que poderíamos comparar com a população total da cidade de Santa Maria, que tem 283.677 habitantes,segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 2020. E o total de mortes no Estado chega a 15.606.

    A política desenvolvida até o momento de "distanciamento controlado" não funcionou. A ideia de bandeiras e de gestão compartilhada com os governos locais chegou ao seu limite. Deveríamos ter uma política completa de distanciamento social conforme indicam os cientistas, baseado em pesquisa e ciência. O distanciamento social em conjunto com outras ações como por exemplo acesso ao alimento, com renda básica emergencial em nível nacional e local, já. Acesso à vacina em massa para a população e garantias de renda para os trabalhadores e trabalhadoras.

    As evidências baseadas em pesquisas no mundo inteiro comprovam que lockdown, mais popularmente falando, fecha tudo, são muito mais eficientes do que modelos brandos de distanciamento realizados até o momento no país e no RS. Que nossos gestores , tanto a nível nacional, quanto a nível estadual tenham coragem de enfrentar a dimensão da pandemia no RS, preservando a vida do seu povo, já! Direito à renda, a vacina é a pauta central nesta conjuntura.

    Temos tempo de mudar a orientação que está em curso, mas precisamos ter consciência que infelizmente podemos estar diante de um cenário mais agravado sem que se tenha ações urgentes e necessárias.

    Medo paralisante
    Silvana Maldaner
    Editora de revista

    style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">

    Vivemos a era do medo. A humanidade em sua história já teve transformações e mudanças profundas de paradigmas impostas por guerras, revoluções, mortes e destruições. Quem ousava criticar o rei era queimado em praça pública. Ou, então, como o Tiradentes, era esquartejado e sua cabeça ficava ostentada para que todos soubessem o que acontecia com quem lutasse por liberdade. A nossa guerra, agora, é silenciosa. É invisível aos olhos. A maioria nem sabe com quem está lutando, ou de que lado da trincheira deve ficar.

    O medo paralisou tudo. O medo cegou, hipnotizou e dominou. Decretos e atos absurdos são estabelecidos e aplaudidos por uma população convencida pelo medo.

    O medo de morrer, de pegar o vírus, de não ter hospital e leito de CTI são os assuntos de mais de 365 dias na vida das pessoas e têm causado danos irreversíveis. Quem não estiver com medo é apedrejado, não em praças públicas, mas nas redes sociais, nos grupos de WhatsApp e nas conversas de comadres. Devemos seguir os protocolos de segurança e prevenção, mas fortalecer e alimentar a fé na vida. São 8.760 horas de nossa existência dedicados a tristeza, indignação, revolta e ao medo da morte. Por que a manchete não é que 97,24% das pessoas foram curadas do Covid-19?

    Talvez, minhas crenças religiosas e espirituais me dão um alicerce para enfrentar este vírus de modo diferente. Inclusive na perspectiva da finitude da vida e da morte iminente que enfrentamos todos os dias, não só pelo vírus, mas de infarto, AVC, câncer, assassinato ou até suicídio.

    Para finalizar esta minha opinião, quero dizer que estamos perdendo tudo de mais precioso nesta batalha. A liberdade de reunir quem amamos. A liberdade de circular pelo mundo. A liberdade de trabalhar dignamente. A liberdade de escolher o que compramos. A liberdade de manifestar opinião.

    Além da censura do Facebook, da crítica das ideologias e propósitos diferentes, ainda temos um inimigo pior, o medo de ser rejeitado, criticado e humilhado socialmente. O medo de não ter o amparo das pessoas que, teoricamente, defendem os mesmos conceitos. O medo dos egos inflados ou das perseguições de quem não quer que ocupemos espaços.

    Não temos controle sobre o que os outros pensam ou falam. Não conseguimos agradar gregos e troianos. Muitas vezes, colocamos dentro da nossa casa os nossos maiores traidores. O meu sincero respeito às pessoas que conseguem dialogar, sem ferir, sem chantagear ou usar de elementos inescrupulosos para nos calar.


Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Restaurante Popular manterá atividades após a saída de empresa

Próximo

Com a palavra: Isadora Bispo dos Santos

Geral